EFE/HAITHAM IMAD

Unicef fiz que 2023 foi ano mais mortal para crianças em Cisjordânia e Jerusalém Oriental

Jerusalém (EFE) – Pelo menos 124 crianças palestinas e seis israelenses foram mortas até agora este ano na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, um número recorde e que faz de 2023 o ano mais mortal para as crianças, à medida que a violência nessas regiões aumenta devido à guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, declarou a Unicef nesta quinta-feira.

“Este ano foi o mais mortal para as crianças na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, e a violência relacionada a conflitos atingiu níveis sem precedentes”, apontou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A organização diz que as crianças nesses territórios vivem com “uma sensação quase constante de medo e tristeza, e muitas delas temem até mesmo ir à escola ou brincar ao ar livre por causa da ameaça de tiroteios e outras violências relacionadas a conflitos”.

“A intensidade dessa violência aumentou drasticamente desde o início da guerra entre o grupo islâmico palestino Hamas e Israel no dia 7 de outubro”, disse o Unicef, informando que pelo menos 83 crianças foram mortas nos últimos três meses, “mais do que o dobro do número em todo o ano de 2022”.

“Violações graves contra crianças, incluindo assassinatos e mutilações, são inaceitáveis. O Unicef pede a todas as partes para cumprir com suas obrigações sob a lei internacional de direitos humanos e proteger as crianças da violência relacionada a conflitos”, enfatizou o órgão.

Estima-se que mais de 8.000 crianças palestinas na Faixa de Gaza tenham sido mortas por ataques das Forças de Defesa de Israel (FDI) desde o início da guerra.

“Mas o sofrimento das crianças na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, não deve ficar em segundo plano em relação ao conflito atual: é parte dele”, declarou o Unicef.

Nesta quinta-feira, a ONU afirmou que as FDI e os colonos judeus cometeram graves violações dos direitos humanos contra os palestinos na Cisjordânia desde 7 de outubro, em um relatório que Israel chamou de “ridículo”.

A Cisjordânia e Israel estão vivenciando o ano mais violento das últimas duas décadas, com 522 palestinos mortos pela violência até agora em 2023, a maioria combatentes em confrontos armados com tropas e colonos israelenses, mas também vários civis.

Desse número, 313 palestinos foram mortos desde o dia 7 de outubro.

Paralelamente, a região viu a proliferação de novos grupos armados palestinos, que, junto com ataques individuais, deixaram 41 mortos do lado israelense, a maioria deles colonos, cinco deles menores de idade, e sete militares. EFE