Irfaan Ali. EFE/Arquivo/JULIEN WARNAND

Presidente da Guiana reitera compromisso de manter “relações pacíficas” com a Venezuela

San Juan (EFE).- O presidente da Guiana, Irfaan Ali, reiterou nesta sexta-feira seu compromisso de manter “relações pacíficas” com a Venezuela e afirmou que a chegada de um navio de guerra britânico à costa guianense “não representa uma ameaça para ninguém”.

“Não temos ambições ou intenções de cobiçar o que não nos pertence. Estamos totalmente comprometidos com relações pacíficas com os nossos vizinhos e com todos os países da nossa região”, disse Ali em um breve comunicado publicado na sua página oficial do Facebook.

Em relação ao navio de guerra britânico, Ali indicou que a Guiana “há muito tempo está participando em associações com Estados regionais e internacionais com o objetivo de melhorar a segurança interna”.

“Estas colaborações não representam uma ameaça para ninguém e de forma alguma pretendem ser agressivas ou constituir um ato ofensivo contra qualquer Estado”, assegurou.

“Nem a Venezuela nem qualquer outro Estado tem nada a temer das atividades dentro do território ou nas águas soberanas da Guiana”, completou.

O Reino Unido anunciou no dia 24 o envio do navio HMS Trent para a Guiana, ex-colônia britânica, como uma “demonstração de apoio militar e diplomático” ao país na disputa com a Venezuela pela gestão da região de Essequibo.

Dada a condenação de Caracas a este movimento, o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, explicou na véspera que esta visita é “uma rotina” e “algo planejado há muito tempo”, razão pela qual em nenhum caso trata-se de uma ação ofensiva.

No entanto, a Venezuela considera a presença do navio britânico uma “ameaça direta à paz” e, por ordem do presidente Nicolás Maduro, iniciou na quinta-feira manobras defensivas na costa atlântica do país.

Maduro também denunciou que esta situação é uma “ruptura” dos acordos que assinou com o seu homólogo guianense em 14 de dezembro, quando concordaram em não se ameaçar e em evitar incidentes que provocassem tensões devido à disputa fronteiriça de Essequibo.

Além disso, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou que o seu país dará uma resposta “oportuna e legítima” ao “comportamento ameaçador” do Reino Unido, que por sua vez pediu a Caracas que cesse suas “ações injustificadas” contra a Guiana. EFE