Benjamin Netanyahu. EFE/Arquivo/ABIR SULTAN

Netanyahu diz ter proposta para libertar reféns após raro encontro com famílias

Jerusalém (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assegurou nesta segunda-feira que tem uma proposta para a libertação dos reféns na Faixa de Gaza, durante uma rara reunião com as famílias de alguns deles, e negou que houvesse uma proposta real por parte do Hamas.

“Não existe uma proposta real do Hamas, não é verdade”, disse o primeiro-ministro, segundo um comunicado do seu gabinete, depois de ontem ter sido revelado que Catar e Egito estão tentando promover novas negociações que contemplariam um cessar-fogo e a retirada das tropas israelenses de Gaza, para que o Hamas devolva todos os reféns no prazo de 90 dias.

“Temos uma proposta, não posso dar mais detalhes”, acrescentou Netanyahu em um raro encontro com familiares dos reféns, com quem se encontrou em pouquíssimas ocasiões desde o ataque do Hamas em 7 de outubro e que há semanas vêm pedindo um “acordo imediato” que garanta a libertação de seus parentes.

Ontem, Netanyahu rechaçou este plano proposto pelo Catar e pelo Egito, por entender que implica na “rendição” de Israel aos “monstros do Hamas”, algo que incomodou as famílias, que então acamparam em frente à sua residência em Jerusalém.

O plano de 90 dias propunha um cessar-fogo duradouro durante o qual o Hamas libertaria todos os reféns civis, enquanto Israel soltaria centenas de prisioneiros palestinos, se retiraria das cidades de Gaza, permitiria a liberdade de movimento no enclave, cessaria o uso de drones e duplicaria a quantidade de ajuda permitida.

Em uma segunda fase, o Hamas liberaria as mulheres soldados e os corpos dos reféns – cerca de 27, frente aos cerca de 110 reféns que permaneceriam vivos dentro da Faixa – e Israel libertaria mais prisioneiros; enquanto na terceira fase Israel retiraria suas tropas para a fronteira de Gaza e o grupo islâmico terminaria de libertar todos os soldados reféns e homens em idade de combate.

“Se aceitarmos isto, os nossos guerreiros terão caído em vão e não poderemos garantir a segurança dos nossos cidadãos”, disse Netanyahu na noite passada.

O ataque brutal do grupo islâmico contra Israel terminou com mais de 1.200 mortos e cerca de 240 raptados, dos quais 105 foram libertados em uma primeira e única trégua com o Hamas em novembro, em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinos.

Estima-se que 136 pessoas ainda estejam em cativeiro, mas pelo menos 27 delas já estão mortas, segundo a inteligência israelense. EFE