Palestinos buscam corpos e sobreviventes após ataque aéreo em Deir Al Balah, na Faixa de Gaza, nesta segunda-feira. EFE/Mohammed Saber

Ataques contra a Faixa de Gaza deixam 215 mortos e 300 feridos nas últimas 24 horas

Jerusalém (EFE).- Pelo menos 215 pessoas morreram e outras 300 ficaram feridas em consequência dos bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.

No total, em 115 dias de guerra, 26.637 pessoas morreram e 65.387 ficaram feridas na Faixa, além das cerca de 8.000 pessoas que se estima estarem desaparecidas sob os escombros.

“A ocupação israelense intensificou o cerco aos hospitais Al Nasser e Al Amal (na cidade de Khan Younis), o que paralisa as capacidades do sistema de saúde para resgatar os feridos em consequência do cerco e da escassez de medicamentos, anestésicos ou unidades de sangue”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al Qudra.

O porta-voz acusou as tropas israelenses de executar cidadãos de Khan Younis, onde agora se concentram os combates mais intensos e os bombardeios mais pesados, e de impedir a chegada de ambulâncias para evacuar os mortos e feridos.

Israel manteve sob cerco durante uma semana os dois hospitais, que também sofreram ataques de artilharia.

No sábado, Al Nasser teve que enterrar mais de 150 corpos em uma vala comum no pátio do hospital, além de estar em condições mínimas, sem combustível para os geradores elétricos, e com as caixas d’água destruídas pelos estilhaços dos ataques na área.

O Crescente Vermelho, que administra o hospital Al Amal, relatou hoje “bombardeios e tiroteios contínuos” nas proximidades do centro de saúde, além de um ataque específico ao tanque de combustível do gerador.

Nas últimas horas, esse hospital recebeu três mortos e quatro feridos, todos deslocados da Cidade de Gaza, atingidos por disparos israelenses perto do centro médico quando tentavam evacuar um falecido que estava caído no chão.

Além disso, dois civis foram mortos e outros ficaram feridos em um ataque aéreo israelense que teve como alvo um apartamento residencial no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa, onde também ocorreram bombardeios nos campos de Maghazi e Bureij e na cidade de Deir al Balah, de acordo com a agência de notícias oficial palestina “Wafa”.

Aviões de guerra israelenses bombardearam ainda o hospital Al Awda, no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, ferindo cinco pessoas, acrescentou a agência.

O Ministério da Saúde de Gaza alertou que cerca de dois milhões de pessoas estão deslocadas pela violência, e expostas a “níveis catastróficos indescritíveis” à medida que as condições de inverno se intensificam, além de já terem registrado mais de 700 mil casos de doenças infecciosas, com constipações, diarréias, hepatites ou dermatites.

Mais de metade da população da Faixa está concentrada em Rafah, no extremo sul do enclave, onde foram abertos mais de 47 postos médicos provisórios para cuidar dos deslocados, que não só precisam de medicamentos, mas também de comida e água potável. EFE