Ana Redondo, EFE/Arquivo//Sarah Yenesel

Ministra espanhola diz confiar que Justiça “abrirá o caminho” e Daniel Alves cumprirá pena

Sevilha (EFE).- A ministra da Igualdade da Espanha, Ana Redondo, expressou confiança de que a Justiça “abrirá o caminho” e que Daniel Alves cumprirá a sentença de quatro anos e meio de prisão à qual foi condenado por agressão sexual pela Audiência de Barcelona em primeira instância.

Redondo fez essa afirmação em Sevilha, em declarações a jornalistas, depois que a 21ª seção do tribunal concordou na quarta-feira, com o voto contrário de um dos três magistrados, em permitir que Daniel Alves deixe a prisão em liberdade provisória quando pagar uma fiança de um milhão de euros, valor que ainda não foi depositado, motivo pelo qual continua recluso.

O tribunal também ordenou que o jogador entregue seus dois passaportes – espanhol e brasileiro -, que não saia da Espanha e que se apresente semanalmente à Justiça.

“Não posso, como ministra, avaliar uma situação que é sub judice e uma decisão judicial. Como mulher, tenho minha própria opinião e sei o que todos nós estamos vendo. Tenho que respeitar, e respeito, as decisões judiciais e confio na justiça, que ela será cumprida e que o agressor cumprirá”, comentou.

Ela também enalteceu a lei sobre liberdade sexual, “uma boa lei que colocou o consentimento da mulher no centro” e que propiciou que “a mulher não seja mais questionada, mas o foco é colocado no agressor, que é quem tem que responder”.

Redondo também se referiu à sua falanesta quarta-feira no Congresso dos Deputados, onde respondeu com gritos de “vergonha” ao deputado do Partido Popular Jaime de los Santos, que havia criticado Begoña Gómez, esposa do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, durante uma pergunta sobre feminismo.

“Estamos vendo números enormes sobre a violência de gênero e não se pode ir ao Congresso e em três minutos misturar tudo, confundir tudo e minimizar o que é um problema real, como a violência masculina como violência estrutural”, argumentou.

Ela disse que não havia preparado essa resposta, mas sim uma resposta “muito mais ponderada”, mas que essas palavras vieram “da alma”.

“Não pude evitar aquele grito quase desesperado de, por favor, coloque o acento onde devemos colocá-lo, que é nessa violência de gênero que assassina mulheres e seus filhos com violência vicária e que é um drama neste país”, explicou a chefe da Igualdade. EFE