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Expectativa média de vida caiu 1,8 anos em consequência da pandemia de covid-19

Genebra (EFE).- A expectativa média de vida no mundo foi reduzida em 1,8 anos em consequência da pandemia de covid-19 e situa-se agora nos 71,4 anos, segundo estatísticas sobre saúde pública divulgadas nesta sexta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estes dados, atualizados até ao final de 2021, implicam que se perdeu quase uma década de progresso em termos de anos de vida ganhos.

Em 2020, primeiro ano da fase aguda da pandemia, perderam-se 0,6 anos de esperança de vida, mas no ano seguinte – quando a emergência sanitária continuou com o aparecimento de novas variantes – o impacto foi ainda maior, ao perder 1,1 anos.

Também durante este biênio foram perdidos anos de esperança de vida saudável (o número de anos que uma pessoa pode viver com plena saúde): menos 0,7 anos para os homens e menos 0,5 para as mulheres em 2020, e 0,8 anos e 1,1 anos, respectivamente, em 2021.

“Antes da pandemia, foram alcançadas melhoras significativas na saúde da população, mas os perfis demográficos e epidemiológicos mudaram durante os anos da pandemia”, comentou o especialista da OMS Haidong Wang, durante a apresentação destes dados.

Embora a deterioração da esperança de vida tenha sido generalizada, o relatório destaca que os efeitos da pandemia foram desiguais dependendo da região.

O continente americano e a região do sudeste asiático foram as mais afetadas, com uma redução da esperança de vida em três anos em ambos os casos.

Além disso, ambos os continentes também sofreram uma redução na esperança de vida saudável de 2,5 anos entre 2019 e 2021.

O impacto também foi diferente dependendo do nível de rendimento dos países: 0,6 anos de esperança de vida perdidos em países de baixo rendimento e 2,4 anos em países de rendimento médio-baixo.

O relatório indica que a covid-19 se tornou a terceira causa de mortalidade a nível mundial em 2020 e a segunda em 2021, provocando quase 13 milhões de mortes neste período.

Antes da pandemia, as doenças não transmissíveis, como o acidente vascular cerebral, o câncer, a doença de Alzheimer e a diabetes, eram as principais causas de morte (74% de todas as mortes em 2019). EFE