Barcelona (EFE).- O presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez, lamentou nesta sexta-feira a desumanização do debate público sobre as vítimas em Gaza, um fator que acrescenta argumentos à sua determinação de que seu país reconheça a Palestina como um Estado no próximo dia 28.

Sánchez se referiu ao reconhecimento da Palestina na reunião realizada em Barcelona com o presidente do Círculo de Economia, Jaume Guardiola, após seu discurso na conferência deste fórum econômico e no qual não aludiu à decisão de Israel anunciada hoje de proibir o consulado espanhol em Jerusalém de prestar serviços aos palestinos.

O chefe do Governo espanhol destacou que estamos vivendo uma época muito complexo onde se explodem as certezas que existiam, entre elas a de ter uma ordem internacional baseada em regras e respeitadora do direito internacional.

“E isso neste momento não é tão evidente. Não é assim na Ucrânia, nem no Oriente Médio, nem, particularmente, na Palestina.”

Ele referiu-se à decisão que o governo espanhol tomará na próxima terça de aprovar o reconhecimento da Palestina como Estado e disse que é consistente com a política externa da Espanha.

Sánchez explicou que defende a paz na Palestina porque deve ser preservada uma ordem internacional baseada em regras onde não se desumanize nem vire algo corriqueiro o sofrimento, o deslocamento e a morte indiscriminada de pessoas.

Disse estar preocupado com esta desumanização do debate público, assumindo que pessoas, muitas delas crianças, podem morrer indiscriminadamente, e é isso que o leva também a promover o reconhecimento da Palestina.

“Ser presidente de um Governo que toma essa decisão, que abre caminho na Europa (…) me faz pensar que estamos do lado certo da história”, acrescentou. EFE