EFE/MOHAMMED SABER

Bombardeios de Israel matam mais 163 pessoas em Gaza; total de mortos vai a 24.448

Jerusalém (EFE).- Os ataques do Exército de Israel contra a Faixa de Gaza mataram pelo menos 163 pessoas nas últimas 24 horas, fazendo com que o número total de mortos em 103 dias de guerra tenha chegado a 24.448.

Nas últimas horas, cerca de 350 feridos chegaram aos hospitais do enclave, elevando a cifra total destes para mais de 61.500 desde 7 de outubro do ano passado, quando eclodiu a guerra, segundo os últimos números do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

“Há numerosas vítimas debaixo dos escombros e nas estradas, às quais as equipes de emergência e de proteção civil não conseguem chegar”, alertou o porta-voz da pasta de Saúde palestina, Ashraf al Qudra.

Após o Exército israelense ter relatado operações em várias partes do enclave, especialmente no centro e no sul, onde os combates estão concentrados, a agência de notícias palestina “Wafa” indicou que “dezenas de habitantes de Gaza foram mortos e feridos na noite passada e na manhã de quarta-feira”.

“As equipes de defesa civil e as ambulâncias conseguiram recuperar os corpos de 25 mortos e dezenas de feridos depois que aviões da ocupação (Israel) bombardearam casas no bairro de Daraj” na Cidade de Gaza, relatou a agência.

Além disso, recolheram os corpos de outras sete pessoas perto do hospital Nasser em Khan Younis, no sul da Faixa, uma área onde continuam os intensos combates contra milicianos palestinos enquanto as forças israelenses tentam avançar para o sul.

“A artilharia retomou o bombardeio de áreas residenciais e povoadas em Khan Younis, e nas proximidades dos centros de acolhimento” de pessoas deslocadas, informou a “Wafa”.

Segundo a agência, as tropas também atacaram um cemitério, onde teriam exumado vários corpos. As autoridades de Gaza controladas pelo Hamas têm constantemente acusado Israel desta prática nas últimas semanas.

Ainda de acordo com a “Wafa”, nos bombardeios das últimas horas também foram registrados vários mortos e feridos resultantes de ataques a casas de várias famílias em Khan Younis, onde a artilharia atacou o centro da cidade, Al Manara e Baten Al Sameen.

Também foram relatados ataques ao campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa, “alvo de violentos bombardeios de artilharia”, bem como contra a zona portuária da Cidade de Gaza.

Além das quase 24.500 mortes confirmadas, estima-se que cerca de 8.000 pessoas desaparecidas estejam mortas sob os escombros de edifícios destruídos, em uma zona de devastação generalizada devido a uma ofensiva que conduziu a uma grave crise humanitária.

O Ministério da Saúde do enclave estima que, entre muitas outras necessidades, existam atualmente 350 mil habitantes de Gaza com doenças crónicas que não têm medicação.

Alertou também para a propagação de doenças contagiosas, especialmente a hepatite A, entre os quase dois milhões de deslocados, a maioria dos quais vive em condições de superlotação e de higiene precária.

Ontem à noite, o Catar anunciou um pacto humanitário entre Israel e o Hamas para a entrega de medicamentos necessários aos mais de 100 reféns israelenses ainda vivos e detidos em Gaza, em troca da entrega de uma maior quantidade de ajuda humanitária que incluirá também medicamentos para civis palestinos.

Os mantimentos, doados pela França, devem entrar em Gaza depois de chegarem ao Egito nesta quarta-feira.

Por outro lado, segundo a “Wafa”, Gaza chegou hoje ao sexto dia consecutivo de apagão quase total das comunicações telefônicas e de internet, o que significa que está praticamente isolada do mundo exterior e também sofrendo efeitos internamente, como as dificuldades nas tarefas das equipes de emergência para resgatar os feridos em ataques. EFE