O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, durante uma coletiva nesta quarta-feira. EFE/Michael Reynolds

EUA endossam versão polonesa sobre míssil e culpam Rússia por incidente

Washington (EFE).- Os Estados Unidos endossaram nesta quarta-feira a versão da Polônia sobre a origem ucraniana do míssil que matou duas pessoas em solo polonês, embora tenham ressaltado que a responsabilidade por este acontecimento é da Rússia.

“Ainda estamos coletando informações, mas não vimos nada que contradiga a avaliação preliminar do presidente (Andrzej) Duda de que a explosão foi provavelmente causada por um míssil de defesa aérea ucraniano que infelizmente caiu em solo polonês”, disse em entrevista coletiva o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.

Austin disse ter conversado na noite passada com o vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, e transmitido as suas “profundas condolências ao povo polonês e aos entes queridos dos que foram mortos”.

“Sejam quais forem as conclusões finais, o mundo sabe que a Rússia tem a responsabilidade por este incidente”, acrescentou.

Os comentários de Austin foram feitos após a sétima reunião do grupo de contato sobre a Ucrânia, que foi realizada virtualmente.

Minutos antes, Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, destacou em comunicado que os EUA têm “total confiança” na investigação que está sendo realizada pelo governo polonês sobre a explosão ocorrida na sua fronteira com a Ucrânia e elogiou o profissionalismo dos envolvidos.

A porta-voz acrescentou que as informações continuam sendo coletadas e os Estados Unidos continuarão a compartilhá-las de forma transparente se tiverem novos dados.

“Também continuaremos em contato com os ucranianos para coletar qualquer informação que eles tenham sobre o que aconteceu”, frisou a porta-voz.

Em todo o caso, salientou que está “claro” que “a responsável última por este trágico incidente é a Rússia”, por ter lançado uma “chuva” de mísseis sobre a Ucrânia com a intenção específica de atacar a população civil e as infraestruturas do país.

“A Ucrânia tinha e tem todo o direito de se defender”, reiterou o comunicado no qual os Estados Unidos expressaram suas condolências pelas vítimas desses ataques e também pelos dois poloneses mortos na explosão na fronteira.

O presidente polonês, Andrzej Duda, pediu “tranquilidade” aos cidadãos nesta quarta-feira, horas depois de confirmar que o míssil que atingiu a Polônia poderia ter sido lançado pela Ucrânia e depois de descartar a possibilidade de invocar a Otan, pelo menos por enquanto. EFE