Carlo Ancelotti. EFE/Arquivo/ J.J. Guillén

Ancelotti é denunciado ao MP da Espanha por declarações após insultos a Vinícius Júnior

Valência (EFE).- A APAVCF, associação de acionistas do Valencia, apresentou uma queixa ao Ministério Público da Espanha por “infração penal de injúrias e calúnia” contra o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, por suas declarações na coletiva de imprensa no Mestalla, na qual, após Vinícius Júnior receber insultos racistas de torcedores do time da casa, afirmou que havia se tratado do “estádio inteiro”.

A associação alega que Ancelotti que “tratou um estádio inteiro com 46.002 espectadores como racista” e que “transmitiu falsas acusações, possivelmente de forma intencional e, como consequência delas, o Valencia CF viu prejudicada a sua imagem, assim como a de seus torcedores e acionistas”.

“Além disso, o poder de difusão que essas palavras têm por ser do técnico do Real Madrid também prejudicou a imagem da Comunidade Valenciana ao associá-la ao racismo generalizado”, acrescenta.

A associação pede ao Ministério Público que realize a “investigação pertinente” e apresente “a denúncia pertinente em nome dos lesados”, mas em seu comunicado deixa também em aberto a possibilidade de apresentar um processo por injúria contra o técnico.

A denúncia inclui literalmente algumas das expressões que o treinador usou na sala de imprensa do Mestalla em 21 de junho, como “o ambiente é racista”, “todo o estádio gritou macaco, macaco, macaco”, “não foi uma pessoa que ficou louca, aqui um estádio ficou louco” e “nunca vi um estádio inteiro fazer insultos racistas”.

Além disso, a APAVCF afirma que exigiu em comunicado que o treinador italiano se retificasse, “sem que da sua parte tenham sido apresentadas quaisquer desculpas”.

No entanto, o técnico do Real Madrid mudou suas declarações dois dias depois, garantindo que não se referia a “46.000 pessoas, apenas a um grupo que se comportou muito mal”.

“Não foram 46.000 e peço desculpas se isso foi entendido assim, mas também não foram dois ou três”, destacou. EFE