Apoiadores de militares golpistas seguram bandeiras do Níger enquanto comemoram do lado de fora do prédio da Assembleia Nacional em Niamey, Níger, na quinta-feira. EFE/EPA/STR

UE avisa que suspenderá apoio financeiro ao Níger devido à quebra da ordem constitucional

Bruxelas (EFE).- A União Europeia (UE) advertiu nesta sexta-feira que a ruptura da ordem constitucional no Níger vai implicar na suspensão do apoio econômico do bloco ao país africano, que sofreu um golpe de Estado na quarta-feira.

“Qualquer violação da ordem constitucional terá consequências na cooperação entre a UE e o Níger, incluindo a suspensão imediata de todos os apoios orçamentais”, disse o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, em um comunicado divulgado em nome de toda a UE.

O político espanhol reiterou que o bloco condena “com a maior firmeza o golpe de estado no Níger” e pediu que sejam garantidas “sem condições” a segurança e a liberdade de circulação do presidente do país, Mohamed Bazoum.

“Os acontecimentos dos últimos dias constituem um grave ataque à estabilidade e à democracia no Níger”, acrescentou o alto representante da UE para Relações Exteriores e Política de Segurança.

Borrell indicou que, “como a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) salienta em sua última declaração”, o golpe de Estado é “uma violação total dos princípios democráticos em que se baseia a gestão do poder político na região”.

“A UE reitera seu apoio à ação da organização da sub-região e aos esforços em andamento para permitir um retorno imediato à ordem constitucional”, acrescentou Borrell, reiterando que se manterá “em estreita coordenação” com os chefes de Estado da CEDEAO.

“A UE apoia o povo do Níger e reafirma seu pleno compromisso com o respeito estrito do Estado de direito, dos direitos humanos e do direito humanitário internacional no Níger”, ressaltou.

O Níger sofreu na quarta-feira um golpe de Estado liderado por uma junta militar, autodenominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do presidente Mohamed Bazoum, a suspensão de instituições, o fechamento das fronteiras e um toque de recolher noturno até novo aviso. EFE