Biden pede ampliação do Conselho de Segurança da ONU e limite a uso do veto

Nações Unidas (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu nesta quarta-feira uma reforma do Conselho de Segurança da ONU, com um aumento dos membros permanentes e não permanentes.
Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Biden também ressaltou que os membros permanentes do Conselho, incluindo os EUA, deveriam “evitar usar o veto, exceto em situações incomuns e extraordinárias” para garantir que o órgão seja “confiável e eficaz”.

Além disso, ele enfatizou que os EUA são favoráveis ao aumento do número de membros do Conselho e à atribuição de assentos permanentes a países de África, América Latina e Caribe.

Brasil quer uma vaga


O Brasil, tanto no atual governo, de Jair Bolsonaro, como em anteriores, manifestou interesse em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança.


“Creio que chegou a hora de tornar esta instituição mais inclusiva”, disse Biden.


O presidente americano também acusou a Rússia de violar flagrantemente os princípios mais básicos da ONU ao “invadir seu vizinho”, a Ucrânia, e “tentar apagar um Estado soberano do mapa”.


“A base da Carta da ONU, uma ordem estável e justa baseada em regras, está sendo atacada por aqueles que querem destruí-la para sua própria vantagem política”, afirmou.


Uma possível reforma do Conselho de Segurança tem sido discutida há décadas, mas até agora nenhum avanço foi feito.
O principal órgão de decisão da ONU tem cinco membros permanentes e com direito a veto (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e outros dez não permanentes, que são eleitos para mandatos de dois anos – o Brasil é um dos atuais.

O presidente Joe Biden fala na Assambleia Geral da ONU.EFE/Jason Szenes
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fala na Assambleia Geral da ONU.EFE/Jason Szenes

Críticas a Putin

Em seu discurso Biden acusou Vladimir Putin, de querer acabar com o “direito à existência” da Ucrânia e fez uma forte alerta sobre o uso de armas nucleares, dizendo que “uma guerra nuclear não pode ser ganha e nunca deve ser combatida”.
Assim que começou o discurso, Biden citou o presidente russo pelo nome.


“Putin disse que ele tinha que agir, porque a Rússia estava sendo ameaçada. Ninguém ameaçou a Rússia. Ninguém além da Rússia buscou o conflito”, declarou.


Ele alegou que a guerra foi a “escolha” de um homem, Putin, e o acusou de querer “apagar” a Ucrânia do mapa, em uma violação “flagrante” da Carta das Nações Unidas, documento fundador da organização e eixo da ordem global criada após a Segunda Guerra Mundial.


“Esta guerra pretende acabar com o direito da Ucrânia de existir, dito de maneira simples”, disse Biden.