Cidade do Vaticano, 21 jun (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira com o papa Francisco por 45 minutos no Vaticano, durante os quais falaram sobre “a paz no mundo”, entre outros assuntos.
“Agradeço o papa Francisco pela audiência no Vaticano e a boa conversa sobre a paz no mundo”, escreveu Lula em suas redes sociais, em uma postagem acompanhada por algumas fotos da reunião.
O encontro entre os dois aconteceu a portas fechadas em um escritório da Sala Paulo VI do Vaticano, perto da residência do papa, que recebeu o presidente brasileiro poucos dias depois de receber alta após uma operação de hérnia abdominal.
A Santa Sé informou em nota que durante o encontro “se manifestou a satisfação pelas boas relações” bilaterais, “enfatizando a boa colaboração entre a Igreja e o Estado para a promoção dos valores morais e do bem comum”.
“Houve uma troca de opiniões positiva sobre a situação sócio-política da região e pararam para abordar alguns temas de interesse comum, como a promoção da paz e da reconciliação, o combate à pobreza e às desigualdades, o respeito pelos povos indígenas e a proteção ao meio ambiente”, afirma o breve comunicado.
Logo em seguida, aconteceu a apresentação da delegação e a tradicional troca de presentes.
Lula, a quem o papa escreveu na prisão, deu ao pontífice uma gravura da Sagrada Família do artista pernambucano J Borges.
Já a primeira-dama, Rosângela “Janja” da Silva, presenteou Francisco com uma estátua de Nossa Senhora de Nazaré de Belém.
Por sua vez, Francisco entregou sua Mensagem de Paz de 2023, o Documento sobre a Fraternidade Humana e o livro sobre a “Statio Orbis” de 27 de março de 2020, quando rezou pelo fim da pandemia em uma deserta praça de São Pedro.
Além disso, presenteou o casal com um baixo-relevo de bronze com a escritura “A paz é uma flor frágil”.
Lula também convidou o pontífice a voltar ao Brasil – sua primeira viagem apostólica internacional foi ao Rio de Janeiro em julho de 2013 para a Jornada Mundial da Juventude – e participar do Círio de Nazaré em Belém no próximo mês de outubro.
A equipe de Lula já havia adiantado que a intenção do presidente era falar com o papa sobre o combate à fome, mas também sobre as iniciativas para acabar com a guerra na Ucrânia.
A proposta do presidente brasileiro, pouco ouvida pelas potências ocidentais até agora, envolve a criação de um grupo de países que possam mediar e levar Kiev e Moscou para uma mesa de negociações.
Após o encontro com o papa, Lula também se reunirá com o cardeal venezuelano Edgar Peña Parra, substituto de Assuntos Gerais do secretário de Estado da Santa Sé, uma vez que o cardeal Pietro Parolin não está em Roma.
Em seguida, será a vez da primeira-ministra, a ultradireitista Giorgia Meloni, com quem Lula se encontrará no Palácio Chigi, sede do Executivo italiano em Roma.
Por fim, Lula se encontrará com o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri, um velho amigo que inclusive o visitou em 2018, quando o presidente estava preso devido a processos de corrupção posteriormente anulados pela Justiça.
