Amelia de Castro trabalha com um receptor de telefotografia na Agência EFE em 1959. EFE/svb

Agência EFE completa 85 anos e lança site para contar sua história

Madri (EFE).- A Agência EFE completa 85 anos nesta quarta-feira e, para comemorar, lança um site em espanhol que compila sua história, dedicada a cumprir a missão de oferecer uma visão de mundo sempre baseada no rigor informativo e na conexão com as sociedades do mundo.

Ao navegar no site ‘EFE hace historia’, os usuários poderão conhecer em primeira mão os marcos informativos da primeira agência internacional em espanhol, fundada em 1939.

“Hoje a Agência EFE completa 85 anos. Em um momento tão frágil como o atual, celebrar uma trajetória tão longa é um marco”, afirmou o presidente da EFE, Miguel Ángel Oliver, em uma coluna publicada na terça-feira no jornal ‘La Vanguardia’ por ocasião do aniversário.

“Esta empresa de informação octogenária é um reflexo pulsante do que a Espanha tem sido desde a guerra civil até os dias de hoje. Na sua carne – nas suas palavras e imagens – carrega alguns dos grandes paradoxos da nossa história. A principal poderia ser que o que hoje reconhecemos como uma grande fábrica de liberdade foi, ao nascer, um instrumento a serviço de uma ditadura”, acrescentou Oliver.

A expansão internacional da agência, especialmente na América, a sua adaptação às inovações tecnológicas e às novas apostas de informação, aliada à colaboração histórica da agência com grandes escritores latino-americanos, são outros detalhes que estarão acessíveis ao público no site.

O jornalista da EFE Emilio Crespo, ex-diretor de Informação e ex-diretor de Internacional, foi o encarregado de moldar uma narrativa que chega até os dias de hoje e assim completa a jornada iniciada pelo jornalista e pesquisador coreano-americano Soon Jin Kim e por Víctor Olmos com seu livro “Historia de la Agencia EFE, el mundo en español”.

Expansão internacional

Até o momento existem duas referências bibliográficas para aprofundar a história da EFE. Por um lado, a referida publicação de Víctor Olmos, e por outro, a tese, posteriormente convertida em livro, de um jornalista, pesquisador e professor coreano-americano chamado Soon Jin Kim.

Trata-se de uma personalidade importante na preservação da história da EFE, pois é o primeiro a documentá-la, graças à sua experiência como jornalista na América Latina, ao trabalho de campo nas instalações da EFE e às diversas viagens que faz a várias de suas delegações.

Os 85 anos de história da EFE contêm muitas histórias. A expansão internacional, especialmente na América, é uma delas.

Graças ao impulso de Carlos Mendo, presidente de 1965 a 1976, a primeira delegação americana foi inaugurada em Buenos Aires em 1966. E, por iniciativa de Luis María Anson, a agência se expandiu até contar com um quadro de 750 trabalhadores em todo o mundo – hoje já são mais de 1.000.

Em 1978, Anson criou também um serviço de colaboração com figuras relevantes. Nomes como Gabriel García Márquez, Jorge Luis Borges, Octavio Paz, Mario Vargas Llosa, Miguel Delibes, Camilo José Cela e Alejo Carpentier fazem parte do elenco de personalidades literárias que publicaram artigos na EFE. No novo site, é possível ler 15 artigos destas ilustres figuras.

A origem do nome EFE

Diferentes teorias têm circulado sobre o que motivou o nome EFE. Crespo as reúne no novo site, ao que dedica um capítulo específico.

Como verá quem entrar na página, esta foi uma polêmica que se intensificou no início dos anos 1980 e sobre a qual personalidades jornalísticas e políticas como Luis María Anson, José Antonio Giménez Arnau, Serrano Suñer ou Rafael García Serrano emitiram seus pareceres.

Modernizações da EFE

Assim como os demais meios de comunicação, a agência se adaptou aos avanços tecnológicos que vêm ocorrendo para melhorar seu produto informativo, descritos na história de Crespo.

Foi o que aconteceu em 1986, quando a agência, graças a um investimento de 5 bilhões de pesetas (cerca de R$ 160 milhões atualmente), entrou na indústria da televisão e da radiodifusão por satélite.

Posteriormente, a EFE chegou às redes sociais e lançou serviços como o EFEData (seu arquivo de texto digital) e portais temáticos de informação aberta como o EFEverde (informação ambiental) ou o EFESalud (saúde, cuidados de saúde e cuidados), aos quais se juntaram posteriormente o Efeminista (igualdade e feminismo) e EFE Verifica (verificação contra boatos).

2024: um ano de celebração

Em julho de 2023, a agência concluiu a renovação do seu livro de estilo urgente, cujo original data de 2011.

Como aponta na introdução o jornalista da EFE Javier Lascuráin, coordenador executivo da publicação, a nova edição “incorpora uma multidão de aspectos que apareceram ou ganharam importância nos últimos anos nas redações da EFE e em todos os meios de comunicação, desde as redes sociais à inteligência artificial, passando pela linguagem inclusiva e os conteúdos patrocinados”.

O livro será apresentado publicamente na Espanha e internacionalmente ao longo do novo ano.

Além disso, mais eventos estão planejados, como uma exposição fotográfica imersiva que será realizada na Espanha e em outros lugares do mundo ao longo de 2024.

O endereço do site ‘EFE hace historia’ é https://agenciaefe.es/efe-hace-historia-2. EFE