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Brasil lança programa para promover exportações de produtos sustentáveis da Amazônia

São Paulo (EFE) – Incentivar a exportação de produtos fabricados de forma sustentável e com alto valor agregado na Amazônia é uma prioridade para o Brasil, que lançou neste sábado um programa para conectar empresas locais a compradores estrangeiros.

O Exporta Mais Amazônia, desenvolvido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), tem como objetivo identificar, priorizar e corrigir barreiras às exportações dos setores econômicos da região.

O novo programa contará com ações como a organização de estandes temáticos em feiras internacionais, rodadas de negócios e mesas executivas, que contribuirão para a descentralização das exportações do país com ênfase na região amazônica, responsável por apenas 8,5% do total das vendas ao exterior.

“Esse programa busca aproximar o empresariado amazônico dos mercados internacionais, organizando o setor produtivo em torno de desafios comuns e trazendo os compradores do mundo todo para conhecer o potencial dos produtos da floresta, que apresentam alto valor agregado”, destacou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, em comunicado.

Durante o evento de lançamento, que teve início neste sábado e terminará no dia 29 de novembro, em Rio Branco, no Acre, haverá painéis de debate com especialistas e rodadas de negócios entre compradores internacionais de 16 países e empresas locais, além da apresentação do edital da primeira mesa executiva de exportação, que será dedicada à castanha-do-pará.

Os importadores também participarão de visitas técnicas a centros de produção local de açaí, castanha-do-pará, chocolates e peixes próximos a Rio Branco.

Potencial da Amazônia e barreiras

Segundo a agência, os produtos compatíveis com a floresta amazônica, como o cacau, a pimenta-do-reino, o açaí e a castanha-do-pará representam um mercado global de cerca de US$ 200 bilhões.

No entanto, apesar de contar com 30% das florestas tropicais do mundo, a região Norte do Brasil representa menos de 0,2% das exportações mundiais desses produtos.

Isso se deve, em grande parte, a barreiras relacionadas à capacitação empresarial, à promoção comercial, à regulamentação ou à tecnologia, entre outros problemas.

Por isso, as mesas executivas, que serão constituídas como fóruns permanentes – com reuniões mensais entre empresas e cooperativas, representantes da ApexBrasil e parceiros – terão um papel fundamental no desenvolvimento de soluções de curto e médio prazo para problemas que antecedem as exportações.

Além da mesa executiva lançada neste sábado, serão criadas outras dedicadas à exportação de cacau, açaí e peixes amazônicos.

Entre os parceiros envolvidos nestas iniciativas estão o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Serviço Florestal Brasileiro, o projeto Amazônia 2030, o Observatório Amazônico da Castanha, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e universidades.

Exporta Mais Brasil

Em agosto deste ano, a ApexBrasil já havia lançado o Exporta Mais Brasil, com o objetivo de ampliar as exportações brasileiras em diferentes setores da economia em todas as regiões do país, com prioridade para as micro e pequenas empresas e para mulheres empreendedoras.

Outra prioridade do programa é a participação de empresas do Norte e do Nordeste. Em 2022, dos cerca de US$ 334 bilhões que o Brasil exportou, apenas US$ 28 bilhões corresponderam ao Norte, enquanto o Nordeste foi responsável por apenas US$ 27 bilhões.

“São regiões que possuem imenso potencial exportador mas que, pela falta de um olhar atencioso e dedicado, até então vinha sendo subaproveitado. Por isso, a ApexBrasil assumiu a missão de reposicioná-las, também, como parte da solução do Brasil”, disse a agência em comunicado.

Até o momento, foram realizadas nove rodadas de negócios no âmbito do programa, das quais participaram 338 empresas brasileiras e 97 compradores de 39 países, ultrapassando a marca de R$ 172 milhões na geração de negócios imediatos ou futuros, segundo a ApexBrasil. EFE