Ministro dos Transportes pede mais investimentos estrangeiros no Brasil

Madri (EFE).- O ministro dos Transportes do Brasil, Renan Filho, comemorou a relação com a Espanha e suas empresas, ao mesmo tempo em que deseja a entrada de mais capital privado estrangeiro, ressaltando que se trata de um negócio em que todos ganham.

“Todos ganham”, disse Renan em entrevista à Agência EFE em Madri, onde nesta terça-feira apresentou as oportunidades de negócios a empresas espanholas, entre as quais estão “13 licitações para 2024, focadas sobretudo na conexão do Brasil central com as zonas portuárias do Atlântico e também nas conexões com as rotas bioceânicas para acessar os portos do Pacífico dos países vizinhos”.

“Isso é muito importante para que possamos acessar os mercados internacionais e melhorar a competitividade internacional do país”, de acordo com o ministro, que também acredita que essa aposta solicitada aos investidores estrangeiros também levará “à criação de empregos em curto prazo e a uma melhoria na qualidade de vida para os cidadãos brasileiros”.

“O Brasil oferece ao investimento privado estrangeiro uma agenda de estabilidade fiscal. O desejo do governo e de seu ministério é combinar investimentos, públicos e privados, porque eles não funcionam sozinhos”, declarou.

Melhoria das rodovias

Renan ressaltou que o principal objetivo de sua gestão, além de melhorar a conectividade com as regiões portuárias, é melhorar a capacidade das rodovias, a fim de tirar os caminhões das estradas e garantir a segurança das pessoas.

“O Brasil é um país de dimensões continentais, um caminhão que sai da mina em direção aos portos (para exportar produtos) compete com carros e ônibus nas rodovias, é preciso duplicar as pistas onde for necessário e construir terceiras pistas, também com uma infraestrutura mais resiliente, devido às mudanças climáticas”, detalhou.

A meta é, segundo o ministro, que 40% dos bens produzidos pelo Brasil possam ser transportados por trens e não por caminhões: “Hoje são apenas 17% e precisamos expandir o sistema ferroviário”.

Para todas essas operações de infraestrutura, ele espera a entrada de mais capital privado espanhol no Brasil.

“(A Espanha é) um investidor histórico em vários setores, como bancos, telecomunicações, energia eólica, metrô e rodovias. A Espanha conhece muito bem a América do Sul, e o Brasil é a maior economia da região, temos um diálogo muito bom e meu objetivo aqui é ampliá-lo ainda mais”, disse.

Renan ressaltou que o aumento das relações é “uma coisa boa para os dois países”.

“A Espanha encontra no Brasil um bom ambiente para investimentos, os investidores ganham dinheiro e parte desse dinheiro volta para a Espanha, todos nós ganhamos, por isso precisamos conversar e estar cada vez mais próximos”, declarou.

Brasil mais conectado com discurso internacional

O ministro afirmou que o Brasil está mais conectado com o discurso internacional, desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou ao poder em janeiro de 2023 e Jair Bolsonaro saiu.

“Também está mais conectado a valores como a defesa da paz, a luta contra as mudanças climáticas e a preservação do meio ambiente”, acrescentou.

“Esse governo defende a preservação e faz isso na prática, a matriz energética (do Brasil) é a mais limpa do mundo, 80% é produzida com renováveis, especialmente hidrelétrica, eólica e solar, e também temos uma forte fonte de biomassa”, detalhou.

“A preservação do meio ambiente também será buscada e incentivada nos investimentos estrangeiros e deverá se tornar obrigatória, já que é exigida pela própria legislação brasileira”, finalizou Renan. EFE