EFE/HAITHAM IMAD

Ataque de Israel contra pessoas que esperavam ajuda em Gaza deixa 9 mortos e 20 feridos

Jerusalém (EFE).- Pelo menos nove pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas em um novo ataque de Israel contra um grupo que aguardava a chegada de um comboio de ajuda humanitária para obter alimentos na Cidade de Gaza, no norte da Faixa.

A agência oficial de notícias palestina “Wafa” relatou que os feridos foram levados para o Complexo Médico Al Shifa depois que “a ocupação atacou pessoas na rotatória do Kuwait na Cidade de Gaza, enquanto esperavam a chegada de ajuda”.

“Os bombardeios contra estas aglomerações de pessoas famintas tornaram-se uma rotina diária praticada pela ocupação e testemunhada pela comunidade internacional nas sua telas”, afirmou em um comunicado o Ministério da Saúde da Faixa, controlado pelo Hamas, ao referir-se ao que aconteceu na rotatória do Kuwait, mas sem mencionar nenhuma vítima.

A pasta de Saúde explicou que a assistência humanitária chega à Cidade de Gaza através de duas rotas: a rua Salah al Din, passando pela rotatória do Kuwait – onde já ocorreram ataques – e pela rua Sea, que atravessa a rotatória de Nablusi, onde ocorreu o chamado “massacre da farinha” no dia 29 de fevereiro.

Naquele dia, pelo menos 118 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridos, quando cerca de 12 mil pessoas aguardavam a chegada de um comboio de ajuda e, segundo o Exército israelense, a multidão faminta atacou os caminhões em uma debandada que causou mortes por asfixia; embora fontes palestinas garantam que as vítimas apresentavam ferimentos a bala e estilhaços.

“As pessoas famintas reúnem-se nestes dois locais (rotatória do Kuwait e rotatória de Nablusi) na esperança de conseguir alguma comida”, denunciou hoje o Ministério de Saúde de Gaza.

Estima-se que haja cerca de 700 mil pessoas em risco de fome no norte da Faixa e, nas últimas semanas, 27 pessoas morreram de desnutrição e desidratação, a maioria delas bebês.

A “Wafa” também relatou vários feridos em um bombardeio israelense que teve como alvo uma casa na cidade de Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito, onde vivem 1,4 milhão de pessoas deslocadas; bem como ataques de artilharia nos bairros de Abasan, Kabira e Khuzaa, em Khan Younis, também no sul.

Em 158 dias de guerra, mais de 31.100 pessoas morreram na Faixa de Gaza e mais de 72.700 ficaram feridas, além dos cerca de 8.000 corpos que se estima estarem presos sob os escombros, segundo a pasta de Saúde do enclave. EFE