Javier Milei participates in the second electoral debate, in Buenos Aires, Argentina, 08 October 2023. EFE-EPA FILE/Agustin Marcarian / POOL

Argentina informa aos países do Brics que não fará parte do grupo

Buenos Aires (EFE) – O presidente da Argentina, Javier Milei, informou formalmente aos líderes dos Brics que seu país não fará parte do bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, segundo fontes oficiais confirmaram nesta sexta-feira à Agência EFE.

Milei comunicou sua decisão por meio de cartas enviadas em 22 de dezembro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus homólogos da África do Sul, Cyril Ramaphosa; da China, Xi Jinping; da Rússia, Vladimir Putin; e ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Na carta, Milei, que tem uma ideologia libertária e assumiu a presidência argentina em 10 de dezembro, afirma que “não é oportuno, neste caso, participar como membro do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024, já que muitos eixos da atual política externa da Argentina diferem da anterior”, segundo as fontes consultadas.

Em agosto, em uma cúpula do grupo em Johanesburgo, os Brics resolveram convidar Argentina, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã para se juntar ao bloco a partir de 2024, convite que foi recebido positivamente pelo então presidente argentino, Alberto Fernández (2019-2023).

Milei, que declarou seu alinhamento de política externa com Estados Unidos, Israel, União Europeia e o “mundo livre”, destacou em sua carta que “neste caso, não é considerado oportuno que a Argentina se junte ao Brics como membro pleno a partir de 2024”.

O grupo representa 23% do PIB global e 42% da população mundial, um mercado que responde por cerca de 30% das exportações da Argentina.

Brasil e China são os dois maiores parceiros comerciais da Argentina, cuja economia, que sofre com graves desequilíbrios e tem poucas reservas monetárias, precisa urgentemente aumentar a entrada de moeda estrangeira. EFE