Qatar quer ser organizador exemplar para Copas do Mundo do futuro

Nova York (EFE).- O Qatar compartilhou no Concordia Summit, em Nova York, alguns dos conhecimentos que adquiriu no período de uma década de preparação para a Copa do Mundo de 2022, com o objetivo de servir de “exemplo” para os próximos países anfitriões.


“Queremos apoiar as futuras nações para que se inspirem e usem o Qatar como exemplo. Não só organizamos este torneio de 30 dias, fomos além disso. Nosso legado começou desde as primeiras tomadas de decisões”, disse à Agência Efe Nasser Al Khori, diretor executivo da Generation Amazing, um programa de transformação cultural por meio do futebol e ligado ao Comitê de Entrega e Legado do país árabe.

Legado da Copa do Mundo

O executivo destacou os legados humano, social e de infraestrutura, entre outros, que este evento esportivo deixará para o Qatar e que isso foi algo que se teve em conta desde o início do planejamento no país, que vai sediar a Copa do Mundo em novembro e dezembro.


“Um dos mais importantes (legados) é a sustentabilidade, os estádios são muito sustentáveis. Também temos um plano para os estádios que serão fechados após a Copa do Mundo. Há um estádio que é muito singular, chamamos de estádio de Lego, que será completamente desmontado após a Copa do Mundo”, ressaltou Al Khori.


Desde que começou o evento Concordia Summit, realizado no marco da Assembleia Geral das Nações Unidas, aberta na segunda-feira, vários representantes do país participam de palestras e painéis de debate.

Diplomacia no futebol

Na terça-feira, Hassan Al Thawadi, secretário-geral do Comitê de Organização e Legado e responsável pela gestão dos projetos da Copa do Mundo da FIFA no Qatar, assinou um acordo de parceria entre o Concordia e o comitê qatariano.
Acompanhado pela esgrimista americana e medalhista olímpica Ibtihaj Muhammad, Al Khori disse que “o papel da mulher em termos de empoderamento através do esporte” é algo que os organizadores levam em conta na transformação do Qatar.
Nesta quarta-feira, último dia do Concordia Summit, haverá também um painel de discussão sobre diplomacia e desenvolvimento esportivo.


“Queremos compartilhar algumas de nossas melhores práticas em termos de organização de um megaevento esportivo como a Copa do Mundo da FIFA Qatar 2022, mas também, (compartilhar) como o megaevento esportivo pode ser usado para divulgar nosso legado, seja de impacto social, para os trabalhadores, reformas trabalhistas e de bem-estar ou sustentabilidade”, acrescentou.


Em relação aos estereótipos que as pessoas possam ter do Qatar, Al Khori disse que a melhor maneira de realmente conhecer o país é o visitando ou assistindo à Copa do Mundo.


“Há muitos mal-entendidos e muitos estereótipos que precisam ser quebrados. Acho que assistir à Copa do Mundo é a única maneira de fazer isso, as pessoas precisam nos visitar e convidamos todos para que venham ver quem somos e para conhecer a cultura árabe”, comentou.

Ciências do comportamento

Outra técnica pioneira que será utilizada na Copa do Mundo deste ano e que poderá ser fundamental para futuros eventos esportivos é a das ciências o comportamento para criar o que é conhecido como “arquitetura de escolha”.
O doutor Fadi Makki, que participou na terça-feira de um dos painéis do evento, disse à Efe que os humanos nem sempre agem racionalmente e que esta ciência, que é utilizada em sociologia, política e economia, ajuda a mapear as decisões que tomam.
“Uma das coisas em que vamos trabalhar é garantir que a alimentação saudável que será fornecida seja de fato a escolha certa nas opções certas”, exemplificou.