Vladimir Putin em uma fotografia de arquivo. EFE/Sergei Bobylev.

Putin ordena «mobilização parcial» de reservistas

Moscou (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira uma «mobilização parcial», em um pronunciamento feito por televisão à nação, em que acusou o Ocidente de buscar a destruição do país.
A medida, que entra em vigor hoje, é, de acordo com o chefe de Estado, uma resposta à necessidade de defender a soberania e a integridade territorial russa.

Putin explicou que serão convocados apenas os reservistas que tenham cumprido o serviço militar obrigatório.
«O decreto de mobilização parcial prevê medidas adicionais para o cumprimento dos pedidos feitos para a indústria militar», explicou o presidente.

Putin justifica a guerra

Putin defendeu que a batizada por ele como «operação militar especial foi absolutamente necessária, e a única possível, em referência à invasão da Ucrânia.

Para o chefe de Estado, um ataque das forças de Kiev contra a região do Donbas era inevitável, justificando assim os ataques contra o país vizinho.

O presidente russo acusou o Ocidente de usar a Ucrânia como uma ferramenta para atacar a Rússia.

Putin afirmou no pronunciamento à nação que o objetivo do Ocidente é «enfraquecer, dividir e destruir finalmente o nosso país».

Putin denuncia «chantagem nuclear»

O presidente russo denunciou que o Ocidente, inclusive, utiliza a «chantagem nuclear» em suas ações, o que poderia causar um desastre na maior usina atômica europeia.

«Não apenas os ataques estimulados pelo Ocidente contra a central nuclear de Zaporizhzhia, que poderiam levar a uma catástrofe atômica, mas também as declarações de altos funcionários da OTAN sobre a possibilidade de usar armas de destruição em massa contra a Rússia», disse.

Putin destacou que os cidadãos da Rússia podem ter certeza de que a integridade territorial, a independência e a liberdade do país estão garantidas.

«E aqueles que tentam nos chantagear com armas nucleares devem saber que a o vento pode virar em sua direção», alertou o presidente russo.

Semana passada, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que possibilidade de um acordo de paz na Ucrânia continua muito distante após uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

“Seria ingênuo pensar que estamos próximos da possibilidade de um acordo de paz”, declarou Guterres em uma entrevista coletiva na qual ressaltou que as Nações Unidas continuarão a buscar esse objetivo, mas que vê as chances como “mínimas” neste momento.