Jens Stoltenberg. EFE/Arquivo/OLIVIER HOSLET

Stoltenberg afirma que países da Otan estão aumentando produção de munição

Estocolmo (EFE).- O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, destacou nesta terça-feira que os Estados-membros da organização estão aumentando a produção de munições, em um momento em que a Ucrânia necessita para enfrentar a invasão russa.

“Os países da Otan (…) estão aumentando a produção de armas e munições”, disse Stoltenberg em entrevista coletiva junto ao primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, com quem se encontrou hoje em Estocolmo.

No entanto, advertiu que o uso de munição na Ucrânia para lidar com a invasão russa é “superior” ao ritmo de produção.

As declarações de Stoltenberg coincidem com a reunião informal de ministros da Defesa da União Europeia (UE), que ocorre entre hoje e amanhã na capital sueca.

Nesse encontro, serão discutidas possíveis opções para acelerar o fornecimento e produção de munições de artilharia, bem como realizar aquisições conjuntas e aumentar a capacidade produtiva da indústria europeia.

O secretário-geral aliado recordou que a Otan tem realizado aquisições conjuntas “durante muitos anos” e afirmou que vai continuar fazendo.

Stoltenberg também foi questionado sobre informações do jornal “The New York Times”, segundo as quais um grupo pró-ucraniano poderia estar por trás dos atos de sabotagem contra os gasodutos russos Nord Stream 1 e 2 ocorridos em setembro do ano passado.

Ele disse que o que se sabe é que houve “um ataque”, que foi “sabotagem” e “um ataque contra infraestruturas críticas para a Europa”.

“Mas há investigações em andamento e não seria apropriado especular quem está por trás disso até que sejam concluídas. O que podemos dizer com certeza é que esses ataques mostram a vulnerabilidade de infraestruturas cruciais”, afirmou.

Kristersson, por sua vez, manifestou que a Suécia tem uma investigação em andamento e se recusou a comentar até que esteja concluída.

Sobre a adesão de Suécia e Finlândia à Otan, pendente da ratificação de Turquia e Hungria, o secretário-geral disse que a Suécia tem cumprido os compromissos assumidos no memorando trilateral assinado em junho com Ancara e Helsinque.

“Chegou a hora de finalizar o processo de ratificação”, afirmou, acrescentando que é uma “prioridade máxima” e que estão realizando “progressos”.

Nesse sentido, afirmou que trabalha para que Suécia e Finlândia sejam membros da Otan “o mais rapidamente possível, pelo menos para a cúpula de Vilnius” da Aliança, que será realizada nos dias 11 e 12 de julho, mas admitiu que não pode “dar garantias”.

Ancara sinalizou em diversas ocasiões que não se opõe à entrada da Finlândia na Aliança, mas acusa a Suécia de não perseguir pessoas e organizações consideradas terroristas pela Turquia.

Principalmente, o governo turco insiste em sua recusa em dar luz verde enquanto a Suécia continuar o que vê como apoio ao grupo guerrilheiro curdo da Turquia, o banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

“Estou feliz que a Suécia tenha intensificado a luta contra o terrorismo, incluindo o PKK, introduzindo nova legislação terrorista e fortalecendo a cooperação antiterrorista com Ancara”, disse Stoltenberg, enfatizando que seria “inconcebível” para a Otan não reagir se a segurança dos dois países nórdicos fosse “ameaçada”.

O primeiro-ministro sueco anunciou o envio ao Parlamento de seu país do projeto de lei de adesão à Aliança e espera que seja adotado “dentro de algumas semanas”. EFE