Andrzej Duda. EFE/Arquivo/SERGEY DOLZHENKO

Polônia reforça fronteira perante possível chegada de mercenários do Wagner a Belarus

Cracóvia (EFE).- O presidente da Polônia, Andrzej Duda, comentou nesta quinta-feira que a possibilidade de um contingente do Grupo Wagner se instalar em Belarus será “uma nova e importante questão” a ser discutida na próxima cúpula da Otan, que acontecerá em Vilnius, na Lituânia, nos dias 11 e 12 de julho.

Duda fez essas declarações depois que o vice-primeiro-ministro Jaroslaw Kaczynski declarou na quarta-feira em Varsóvia que foi tomada a decisão de “aumentar permanentemente o destacamento de forças militares na fronteira”, uma vez que “há uma nova situação em Belarus devido à presença do Grupo Wagner”.

Diante da imprensa na plataforma da estação ferroviária de Przemysl (leste), Duda, recém-chegado de uma visita-relâmpago a Kiev para participar dos eventos comemorativos da Constituição ucraniana, referiu-se ao motim liderado por Yevgeny Prigozhin como uma “tentativa de golpe” que “indiscutivelmente ainda está acontecendo”.

A Polônia está “observando e avaliando” com interesse junto com “nossos vizinhos ucranianos”, acrescentou.

Duda completou sua quinta visita oficial à Ucrânia desde o início da guerra nesta quinta-feira e chegou a Przemysl nesta madrugada, explicando que em sua conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discutiu questões como a futura reconstrução da Ucrânia e a preparação da cúpula da Aliança Atlântica.

Por sua vez, Kazcynski especificou, ao referir-se ao reforço da fronteira, que “até o momento não foram decididos números concretos, mas será um reforço muito sério”.

O vice-primeiro-ministro acrescentou que a Polônia vai estabelecer naquela região “forças preparadas para repelir ataques, mesmo de um grupo tão perigoso, bem treinado e determinado (…) e capaz de ações desmoralizantes” como os mercenários do grupo liderado por Prigozhin.

“De acordo com os dados que temos nesta altura, podemos supor que haverá cerca de 8.000 soldados”, destacou Kazcynski, referindo-se à informação veiculada pelos meios de comunicação independentes bielorrussos, segundo os quais estão sendo construídos quartéis para abrigar um grande contingente de mercenários do grupo Wagner a cerca de 200 quilômetros de Minsk.

“Se assumir a forma de um ataque armado, então estaríamos em uma situação do Artigo 5º (da Otan, que prevê assistência mútua entre aliados). É uma situação que, claro, pode acontecer, embora não a consideremos particularmente provável neste momento”, comentou. EFE