Vladimir Putin. EFE/Arquivo/ALEXEI NIKOLSKY /SPUTNIK/KREMLIN POOL

Putin diz que cooperação armamentista entre Rússia e China “passa para o primeiro plano”

Moscou (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira que a cooperação armamentista entre Moscou e Pequim “passa para o primeiro plano” ao receber o general Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central da China.

“No que diz respeito ao âmbito técnico-militar, nosso trabalho no terreno da alta tecnologia passa para o primeiro plano (…), ou seja, armas modernas de nova geração que, sem dúvida, garantem a segurança estratégica da Rússia e da República Popular da China”, disse Putin.

Ao destacar a “crescente” cooperação militar entre Moscou e Pequim, o presidente russo também denunciou as tentativas da Otan de aumentar “sua zona de influência”, o que violaria a própria doutrina do bloco.

“Os Estados Unidos arrastam cada vez mais os países da Aliança Atlântica para a criação de uma situação tensa na região Ásia-Pacífico, tentam criar ali novas alianças político-militares, incluindo os países da região, e guiados pelos seus próprios interesses egoístas”, declarou.

De qualquer forma, frisou que os russos e os chineses estão cientes disso “e juntamente com os nossos amigos, principalmente a China, reagimos com calma e de forma ponderada”.

“Fortalecemos as nossas capacidades militares, inclusive através de manobras conjuntas terrestres, marítimas e aéreas. Nós as realizamos regularmente e o nível da nossa cooperação está aumentando constantemente”, acrescentou Putin durante a reunião realizada na residência rural de Novo-Ogaryovo.

Ao mesmo tempo, comentou que “Rússia e China não estão construindo qualquer aliança militar à imagem e semelhança da Guerra Fria, e a nossa cooperação é de natureza construtiva e um fator importante na estabilização da situação internacional”.

Por sua vez, Zhang expressou o “respeito” de Pequim pela resistência do chefe do Kremlin e da Rússia à pressão sancionatória do Ocidente.

“Nenhuma dificuldade pode derrotar você e a Rússia. Por esta razão, a China lhe expressa seu respeito”, declarou.

O general ressaltou também que a delegação que chegou a Moscou pretende implementar os importantes acordos alcançados por Putin e o presidente chinês, Xi Jinping, e “fortalecer a cooperação militar bilateral”.

Anteriormente, Zhang garantiu, ao reunir-se com o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, que as relações sino-russas estão atualmente no seu nível “mais alto”.

A China apoia a Rússia no seu antagonismo com a Otan, mas nega ter fornecido armas a Moscou na sua guerra com a Ucrânia e até mesmo propôs um plano de paz de 12 pontos para encerrar esse conflito. EFE