O presidente do Real Valladolid, Ronaldo Nazário, durante uma coletiva nesta segunda-feira. EFE/Nacho Gallego

Ronaldo garante que não pretende vender o Valladolid e banca Pezzolano como treinador

Valladolid (EFE).- O presidente e dono do Real Valladolid, o ex-jogador Ronaldo Nazário, assegurou nesta segunda-feira que não tem intenção de vender o clube, apesar de ter sido rebaixado à Segunda Divisão do Campeonato Espanhol, na qual pretende seguir com o uruguaio Paulo Pezzolano como treinador.

Em uma sala de imprensa lotada no estádio José Zorrilla, Ronaldo respondeu durante meia hora às perguntas dos jornalistas, apenas um dia depois do jogo contra o Getafe, em casa, no qual não conseguiu marcar um único gol, o que teria livrado a equipe do rebaixamento.

Ronaldo reconheceu que pode ter havido “erros de planejamento” por parte da diretoria, embora também tenha apontado que houve “muitos erros de arbitragem”, que se refletiram na classificação, além de “muitos pontos perdidos nos últimos minutos”, consequência da “falta de experiência”.

Confiança em Pezzolano

Após confirmar a continuidade tanto de Pezzolano como do diretor esportivo, Fran Sánchez, o brasileiro ressaltou que tem “total confiança” em ambos e se mostrou “totalmente convencido” de que “farão todo o possível para devolver o Real Valladolid à Primeira Divisão, o mais rápido possível”.

Além disso, quis agradecer a dedicação dos torcedores “porque sempre apoiaram, principalmente nos últimos jogos, e o clima contra o Getafe foi espetacular”, embora tenham saído “decepcionados com o resultado” .

“Que ninguém tenha dúvidas que vamos continuar trabalhando ao máximo pelo clube. Fracassar ao longo do caminho é natural e o que não vou fazer é baixar a cabeça, mas vou persistir em buscar e dar o melhor para esta entidade. A notícia da venda do clube saiu da Espanha, repercutiu no Brasil, mas nunca pensei em vendê-lo”, reiterou.

“É preciso fazer uma reflexão profunda sobre o que aconteceu este ano, aprender com os erros cometidos”, comentou.

Críticas à prefeitura

Na coletiva, Ronaldo não poupou de críticas a atuação da prefeitura da cidade de Valladolid nos últimos quatro anos, e afirmou que jogadores, diretoria e torcedores têm estado “sozinhos”, uma vez que “foram feitas promessas de ajuda que não foram cumpridas ou concretizadas, e estas são importante para poder continuar crescendo no curto e médio prazo”.

Nesse sentido, lembrou que os investimentos feitos nas instalações do estádio e anexos, de mais de 18 milhões de euros, saíram dos cofres do Real Valladolid.

De qualquer forma, se mostrou confiante de que o novo prefeito da cidade, Jesús Julio Carnero, com quem já se reuniu, pode oferecer uma maior colaboração, já que em seu programa eleitoral incluiu melhorias no estádio e no entorno.

Ronaldo assegurou ainda que a situação financeira do clube “é estável”, embora com o rebaixamento “será mais difícil construir um plantel competitivo”.

“Mas há pessoas muito capazes que vão encontrar soluções criativas e construir uma equipe importante para poder voltar à Primeira Divisão”, destacou.

Reclamações contra a arbitragem

Em relação às arbitragens, Ronaldo comentou que é preciso “analisar o sistema, por que os árbitros não falam com a imprensa, por que eles não saem para admitir seus erros, por que você não pode falar com eles em campo e por que eles mudam os critérios de um jogo para o outro”.

“Quando reclamei da arbitragem, quis mostrar que ela não serve para nada, porque existe uma política por trás do futebol, e o que devemos nos perguntar é por que existe tanta intolerância no grupo de arbitragem, e por que não se buscam soluções para que errem menos, porque a cada rodada há três ou quatro equipes insatisfeitas com o seu desempenho”, pontuou.

Por fim, Ronaldo garantiu que se sente “querido” no Valladolid e, por isso, não acredita que haja um “descontentamento” em relação a ele por parte dos torcedores.

“Existem algumas centenas de radicais, que não são o clube inteiro, porque temos dialogado com o público, que fazem barulho quando não têm o que querem, mas a maioria dos torcedores me respeita e sinto o carinho deles, e isso me fortalece para continuar”, concluiu. EFE