-FOTODELDIA- Kherson (Ucrania), 07/06/2023.- Vista de una de las áreas inundadas de Kherson, Ucrania, 07 de junio de 2023. Ucrania ha acusado a las fuerzas rusas de destruir una presa crítica y una central hidroeléctrica en el río Dnipro en la región de Kherson a lo largo de la línea del frente en el sur de Ucrania el 06 de junio. Varios asentamientos se inundaron total o parcialmente, dijo el gobernador de la región de Kherson, Oleksandr Prokudin, en un telegrama. EFE/MYKOLA TYMCHENKO

Explosão de barragem na Ucrânia deixa evacuados e campos inundados

Kiev, (EFE).- As autoridades da Ucrânia estão trabalhando contra o relógio para atenuar os efeitos do transbordamento da barragem da central hidrelétrica de Nova Kakhovka, no sul do país, que foi destruída ontem de manhã devido a uma suposta explosão premeditada pela qual o governo de Kiev acusou a Rússia.


MAIS DE 2.700 EVACUADOS.


Segundo o governo ucraniano, até agora mais de 1.450 pessoas foram evacuadas das áreas mais afetadas pelas inundações resultantes na margem ocidental do rio Dniepre, onde estava localizada a barragem e que divide a província ucraniana de Kherson em duas.


Na margem esquerda, ocupada pela Rússia, a imprensa russa fala em 1.300 evacuados até agora.

Kherson (Ucrania), 06/06/2023.- Pessoas em uma rua inundada em Kherson (Ucrânia).EFE/EPA/IVAN ANTYPENKO


10 MIL HECTARES INUNDADOS.


Na margem do rio sob controle do governo de Kiev, a água da barragem já inundou cerca de 10.000 hectares de terras agrícolas, segundo dados do Ministério da Agricultura ucraniano, que alertou para as consequências para a segurança alimentar que isto poderia ter para uma das regiões mais produtivas da Europa.


Além disso, a destruição da barragem impossibilita o funcionamento de pelo menos 31 sistemas de irrigação não apenas no oblast de Kherson, mas também nas regiões vizinhas de Dnipropetrovsk e Zaporizhzhya. Esses sistemas permitiam irrigar mais de meio milhão de hectares.


DANOS AO SISTEMA ELÉTRICO.


Cerca de 20.000 usuários do sistema elétrico ucraniano ficaram sem luz nos territórios do sul da Ucrânia controlados por Kiev depois que torrentes de água liberadas pela barragem rompida inundaram 129 subestações elétricas, informou o Ministério de Energia da Ucrânia hoje.


A catástrofe, descrita pelas autoridades ucranianas como “ecocídio”, também afetou o sistema de canalização e distribuição de água corrente. Seis infraestruturas para purificação de água foram inundadas, de acordo com as autoridades municipais da cidade de Kherson.


RISCO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA.


Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “centenas de milhares de pessoas ficaram sem acesso normal à água potável”.


Perante esta situação, o governo ucraniano aprovou com urgência uma verba orçamentária para a construção de tubulações que levem água potável às regiões que utilizavam a barragem para o seu abastecimento no sul do país.


MILHARES DE ANIMAIS MORTOS.


No Parque Nacional de Kherson, ocupado pela Rússia, milhares de animais morreram como resultado das inundações causadas pelo transbordamento da represa, disse o prefeito da cidade de Nova Kakhovka, imposto pela Rússia.


No parque, de mais de 80.000 hectares, viviam espécimes de mais de 70 espécies raras.


Além disso, ONGs ucranianas relataram a morte de todos os animais no zoológico de Nova Kakhovka e de muitos animais de estimação em ambas as margens do rio Dniepre.


TONELADAS DE ÓLEO DE MOTOR.


O gabinete presidencial ucraniano publicou um vídeo que mostra milhares de peixes mortos, presumivelmente como resultado do derramamento de óleo de motor armazenado na casa de máquinas da usina hidrelétrica.


Kiev denunciou ontem o derrame de pelo menos 150 toneladas de óleo hidráulico no rio Dniepre e no mar Negro, no qual desemboca, na sequência de uma explosão que, segundo as autoridades ucranianas, só poderia ter ocorrido no interior da sala de máquinas da central.


MILHÕES DE EUROS EM PERDAS.


Segundo o Ministério da Economia ucraniano, a construção de uma nova central hidroelétrica após os danos irreparáveis ​​sofridos pela que até agora funcionava na região custaria cerca de US$ 1 bilhão.


O ministério estima ainda em cerca de 50 milhões de euros os prejuízos causados ​​pela perda de recursos hídricos provocada pela catástrofe.