Rússia anuncia realização de troca de prisioneiros com a Ucrânia

Moscou (EFE).- O Ministério da Defesa da Rússia informou nesta quinta-feira que 55 militares do país foram envolvidos em uma troca de prisioneiros com a Ucrânia, e já estão recebendo auxílio psicológico e médico.


“Como resultado de um complexo processo de negociação, 55 militares das Forças Armadas da Federação Russa, as repúblicas de Donetsk e Lugansk, que corriam perigo de morte em cativeiro, foram devolvidos nesta noite do território da Ucrânia controlado por Kiev”, afirmou o porta-voz da pasta, Igor Konashenkov.


O general afirmou que, atualmente, todos chegaram à Rússia em aviões de transporte militar e estão em centros médicos vinculados ao Ministério da Defesa da Rússia.


“Todos os militares liberados tiveram a chance de fazer contato com seus familiares. Eles recebem assistência psicológica e a ajuda necessária”, detalhou Konashenkov.

Um amigo de Putin na troca


A Ucrânia incluiu na troca o político pró-russo Viktor Medvedchuk, amigo do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e 55 militares por 215 prisioneiros ucranianos.


Entre aqueles os que detidos pelas tropas russas e foram incluídos na troca, estão 188 combatentes do batalhão de Azov, que formaram a resistência da siderúrgica de Azovstal, em Mariupol.


Também foram libertadas Maryana Mamonova, Yana Shumovetska e Anastasiya Chernenka, que tinham sido capturadas mesmo estando grávidas, segundo informaram as autoridades ucranianas.

Dez estrangeiros


Outros dez presos de diversas nacionalidades, que estavam em poder dos russos, foram libertados e enviados ontem para a África do Sul, onde foram acompanhados plo chefe do Fundo de Propriedade Estatal, Rustem Umerov.


Tratam-se de cinco cidadãos do Reino Unido, dois dos Estados Unidos, um do Marrocos, outro da Suécia e um da Croácia.

Mobilização de reservistas

A troca de prisioneiros foi anunciada um dia depois de que as autoridades russas anunciaram ontem a mobilização de 300 mil reservistas para participar na campanha militar, notícia que gerou protestos em Moscou.

Segundo Moscou, na Ucrânia, que só afetará aqueles que tenham servido no Exército, experiência de combate e possuam especialidade militar exigida, segundo fontes oficiais.

O Kremlin negou nesta quinta-feira os planos de convocar até um milhão de reservistas após a declaração de mobilização militar parcial.
“Isso é mentira”, disse o porta-voz da Presidência da Rússia, Dmitry Peskov, citado pela agência de notícias russa “Interfax”.