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Empresas do agronegócio apoiadas pela ApexBrasil devem exportar US$ 92 bilhões em 2024

São Paulo (EFE) – Um dos maiores produtores de alimentos do mundo e o maior exportador mundial de milho, soja, café, suco de laranja e açúcar, o Brasil espera alcançar um recorde de US$ 92 bilhões em vendas ao exterior com projetos para promover o agronegócio com foco em critérios de sustentabilidade e de equidade de gênero.

“Nossa estimativa é fechar 2023 com US$ 89 bilhões em exportações dos nossos projetos setoriais. Mas queremos chegar a 2024 com US$ 92 bilhões de dólares, mais um recorde”, disse à EFE o gerente de Agronegócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Laudemir Müller.

Atualmente, estão em vigor 21 projetos setoriais, realizados pela ApexBrasil e instituições parceiras estratégicas, que visam impulsionar o agronegócio brasileiro no mercado externo, e a expectativa é que em 2024 sejam assinados mais seis convênios, com duração estimada de dois anos.

“A expectativa da ApexBrasil para o próximo ano é apoiar cerca de 2.254 empreendedores, produtores e cooperativados brasileiros do setor de agronegócio que desejem entrar no mercado internacional”, acrescentou Müller.

Visão de futuro

Para isso, um total de R$ 240 milhões serão investidos entre 2024 e 2026 em ações e projetos que visam conectar o setor do agronegócio com mercados de 38 países, dos quais R$ 150 milhões serão desembolsados pela ApexBrasil.

Entre os produtos promovidos por essas iniciativas estão café, arroz, massas, pães, frutas, doces, chocolates, laticínios, milho, carnes, etanol, vinho e algodão.

Da mesma forma, as renovações e a assinatura de novos acordos serão baseadas em pilares ESG, como igualdade de gênero, regionalização, com atenção ao Norte e ao Nordeste do Brasil, e sustentabilidade, medidas que a nova administração da agência vêm priorizando desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a presidência do país, em janeiro.

“A ideia é fornecer uma ponte entre as empresas, produtores e cooperativas apoiadas e compradores de diferentes países, sem deixar de lado nossas diretrizes, que são sustentabilidade, equidade de gênero, regionalização e imagem”, disse Müller.

Nesse sentido, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou em um comunicado que “o Brasil virou a chave” e que é um exemplo em práticas sustentáveis e no combate à crise climática.

“Nós estamos falando do Brasil, um país que tem uma força e um potencial inimaginável para enfrentar essas crises do mundo vivo. Quem tem as melhores opções é o Brasil. Seja pelo modelo de matriz energética, seja pelas propostas de hidrogênio verde, hidrogênio azul, etanol, de milho, de cana. Ninguém chega perto da gente nesse aspecto”, ressaltou Viana.

Análise e planejamento

De acordo com a ApexBrasil, entre janeiro e agosto de 2023, o Brasil registrou cerca de US$ 225,4 bilhões em exportações, um recorde histórico para o comércio exterior do país.

A manufatura foi responsável por 52,4% das exportações, enquanto a agricultura e a mineração foram responsáveis por 25,5% e 21,5%, respectivamente.

Além disso, o Brasil é responsável por 12% do abastecimento de água do mundo e registrou um aumento de 386% na produção das principais culturas em 40 anos, com um aumento de 33% na área plantada, graças a um “setor agrícola moderno, eficiente, sustentável e altamente competitivo, que reforça seu compromisso com as práticas de conservação e o uso sustentável dos recursos naturais”.

Com o objetivo de analisar o contexto atual das exportações agroindustriais, promover o diálogo e traçar estratégias para impulsionar o setor no cenário mundial, a ApexBrasil organizou, em novembro, o I Encontro Nacional de Agricultura, em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária.

O evento reuniu em Brasília entidades do setor, representantes do governo, adidos agrícolas brasileiros dos 28 postos em todos os continentes e outras autoridades, que puderam participar de debates sobre grãos, fibras e frutas; proteína animal; desafios para a indústria de alimentos de alto valor agregado; e a imagem do agronegócio no mercado internacional.

Durante o encontro, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Roberto Perosa, destacou a abertura de 65 novos mercados no cenário internacional para as empresas brasileiras.

“Isso significa que as pessoas que trabalham naquelas empresas vão poder ter a chance de ter um retorno melhor, uma remuneração melhor, porque as empresas vão crescer e vai crescer o IDH da região daquela empresa”, explicou durante sua participação no evento, segundo comunicado da ApexBrasil. EFE