Palestinos se deslocam em direção ao sul da Faixa de Gaza durante a trégua nesta segunda-feira. EFE/MOHAMMED SABER

Trégua entre Israel e Hamas se estenderá por mais 2 dias

Jerusalém (EFE).- O acordo de trégua de quatro dias e troca de reféns por prisioneiros entre Israel e Hamas, iniciado na sexta-feira e que expirava nesta segunda-feira, será prorrogado por mais dois dias, segundo anunciaram o grupo islâmico palestino e o governo do Catar.

“O Movimento de Resistência Islâmica Hamas anuncia que foi acordado com os irmãos no Catar e no Egito prolongar a trégua humanitária temporária por mais dois dias, nas mesmas condições da trégua anterior”, informou o grupo em um comunicado divulgado no Telegram.

Por sua vez, o porta-voz do Departamento de Relações Exteriores catari, Majed al Ansari, escreveu em sua conta na rede social X que “o Estado do Catar anuncia que, como parte da mediação em curso, se chegou a um acordo para estender a trégua humanitária por mais dois dias na Faixa de Gaza”.

Em declarações à agência de notícias estatal catari “QNA”, antes do anúncio da extensão da trégua, Al Ansari expressou o desejo do Catar de que esta sirva para “alcançar um cessar-fogo permanente na Faixa e evitar o derramamento de sangue de civis”.

Até agora, o governo israelense não se pronunciou sobre a prorrogação da trégua.

Este anúncio acontece pouco antes do final do acordo, que entrou em vigor na última sexta-feira às 7h (hora local, 2h de Brasília) e estava previsto para se prolongar por quatro dias.

Para além de alguns pequenos inconvenientes, ambos os lados respeitaram o pacto, que resultou na libertação de 58 reféns mantidos em cativeiro em Gaza e de 117 prisioneiros palestinos em prisões israelenses.

A quarta troca está marcada para esta segunda-feira e Israel já anunciou que recebeu uma lista dos reféns que serão libertados hoje.

Entre as 58 pessoas sequestradas e libertadas pelo Hamas desde sexta-feira estão 19 estrangeiros que não fazem parte do pacto.

O acordo entre Israel e o grupo islâmico foi possível graças à mediação de Catar, Egito e Estados Unidos e previa a libertação de 50 reféns israelenses em troca de 150 prisioneiros palestinos, todos menores ou mulheres.

Além disso, incluia a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e uma cláusula pela qual o pacto poderia ser prorrogado por até dez dias se o Hamas concordasse em entregar pelo menos mais dez reféns por cada dia adicional.

Israel declarou guerra ao Hamas em 7 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islâmico que incluiu o lançamento de mais de 4.000 foguetes e a infiltração de cerca de 3.000 milicianos, que mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram mais de 240 em comunidades israelenses próximas à Faixa de Gaza.

Desde então, as forças aéreas, navais e terrestres de Israel contra-atacaram no enclave palestino, onde mais de 14.800 pessoas já morreram, segundo as autoridades palestinas, a maioria delas crianças e mulheres, e estima-se que mais de 7.000 pessoas estejam desaparecidas sob os escombros. EFE